quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Que Seja Doce

________________Caio Fernando de Abreu



Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada.



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"Quando eu for, um dia desses, Poeira ou folha levada No vento da madrugada, Serei um pouco do nada" - Mário Quintana